Penso, logo existo...


Penso, logo existo!
Sim... Existo, logo escrevo.
Um mal interpretado pensamento
que, tão confuso insisto
e escrever não sei se devo.

Nada ou tudo pode ser,
porem nada tem á ser dito.
Mas, é de minha vontade?!
tenho a obedecer,
mostrando-me que penso, logo existo!

Ja em meus braços




Faz da minha pele o teu calor,
Que já de mim, teu corpo embrulha.
Quente como brasa – Essa fagulha...
Queima em sentir teu néctar incolor.

Desce em mim, tua boca – Esta loucura,
Do puro amor em teus olhos estampados.
E minhas mãos em teus cabelos enrolados,
Os gemidos soltos de tanta formosura.

Desço-me, em teu corpo, meus molhados lábios.
E de prazer entorpecente, tua voz suave fica.
E, enquanto em ti, minha língua lambe e brinca...
Meus gemidos fazem-te morder teus próprios lábios.

Pinga em mim, a gota do suor salgado,
Que entre os teus seios se misturam.
E entre os lençóis molhados, os meus braços te procuram,
Mas vejo que já teus braços tinham me encontrado.



Tentei criar um poema na forma erótica de descrever meus sentimentos... Bom, saiu isso aê!

Rios da vida



Os meus rios de vida secaram,
E nada mais as minhas lagrimas derramam.
Meu sorriso escureceu-se aos meus olhos...
Meus gritos se calam, ao meu silencio.
Morto, meu peito inconstante,
E no mais súbito instante
A falta do folego me sufoca,
Me mata, me fere... me envolve!
Gotas rubras pingam em minhas feridas,
Sem cores, sem dor, sem vidas...
As almas do meu amanhecer de treva.
As sombras nas folhas secas,
O soprar do vento,
A chuva entristecida,
Uma existência já esquecida
No vago espaço do tempo.

Luan Kleyton

Eu, e outros versos ...



Não! Porque isso eu digo?
Se mal me tenho, não encontro.
Entre a sombra da noite, me encanto...
Mas nada encanta mais que bom amigo!

Se calo minhas palavras, me sinto cego!
Se nada penso, me esqueço.
Na poesia da vida, mas eu me conheço,
e se me conheço, tudo escrevo, e nada nego!

Faço rima, faço verso...
Calo minha voz, mas em dedos não me calo.
Em cada virgula escrita, mais eu falo,
e me encontro em livre espaço no universo.

Se fujo do contexto não é por que eu quero.
Não percebo, nem mesmo eu espero...
Embora, vez em vez, eu mude o meu enredo.

Quem ver-me diz que sou homem vivido,
mas sou virgem de poucos pensamentos.
Quem ver-me diz que compreendo os sentimentos,
mas sou poeta de pouco tempo percorrido.

Mas de tempo nada importa!
Embora o passado seja tão perfeito.
E se estou errado, esse é o meu jeito.
Pois vivo preso na geração que me sufoca.

Quem dera eu, ter vivido o Romantismo,
de intenso amor e o alivio da morte.
Ah! Quem dera eu, ter tido essa sorte...
Trocar uns versos por meu Capitalismo.

Nunca fiz tanta aventura,
como tantos outros jovens tenham feito.
Mas não me importo em ter esse meu jeito,
triste... Mas feliz na minha loucura!

Não! Digo, por que nada mais eu espero.
Talvez a morte seja o que resta.
Deixar de ser criança, homem... Deixar de ser poeta.
Realmente, isso é o que eu menos quero!



Luan Kleyton

Constante natureza



E fica o outono nas caídas flores,
de rosa a rosa, na triste espera.
Passando o inverno, vêem-se a primavera,
cobrir os campos de lindas cores.

O vento que sopra no mar,
gritando o assobio da natureza
e em nublado céu - Sua beleza...
da chuva que vem a derramar.

Embora vai o sol que tanto arde,
no cair da noite, a beleza muda.
Entre sombras e solidão profunda,
que logo chega no final de uma tarde.

Tudo se repete a cada dia,
e nada do que muda vai embora...
Nem mesmo um pássaro que chora,
cantando a mesma infinita melodia.

Onde não pertenço...



Inutilizáveis correntes que carrego,
presas em meus pulsos de memórias,
vivas em instantes, matando-me, não nego!
O que já não tenho vivo em poucas glórias.

Enterro minhas lembranças de tormento,
no vago espaço de minha alma,
entres caídas flores e pura calma...
O vazio se torna meu contentamento.

Revoadas de escuridão,
entre tantos pensamentos,
misturando-me , em tanta solidão,
que limita meu sentir de tanto sofrimento.

Suspiros quebram o silencio intenso,
em cada nebulosa noite fria...
Queria tanto, achar-me onde merecia,
mas me encontro onde não pertenço.

O meu amor ...


Não finjo o amor que sinto,
nem o pranto que derramo.
Mas sei sim, que do amor que amo,
amo tanto que não sei se minto.

Assombra-me por tanto amor,
que não sinto outro contentamento,
e vez por vez, vem-me um pensamento
que, de pensar, tanto me traz temor.

Perder isso é perder a alma,
entrar em um poço sem saída,
dizer olá à morte e adeus a vida,
É banhar-se em tormento a pura calma.

Medo, tenho tanto,
de perder essa alegria.
Que tanto eu queria,
silenciar por fim esse meu pranto.

Como é grande o sentimento,
que transborda do peito.
E cega-me todo defeito,
que passa como passa o vento.

É tanto amor que me fascina,
assusta e me encanta,
e embora o medo desencanta,
quanto mais aprendo, mais ele me ensina!

E por todo bem que isso traz,
perder-te, eu não quero...
E sim amar, é o que eu espero,
a cada dia... mais e mais!




Luan Kleyton



Outros tantos



Quem dera meu pensar seja importante,
como tão profundas obras tenho visto!
Somente um pouco, sim... Ainda insisto.
Embora meu pensar seja inconstante.

Vontade... tanto tenho,
de compara-me a grandes nomes;
de desfrutarmos de um pensamento que mantenho,
mas fora isso, sou só um nome.

Nome que nada é em outros tantos,
tantos outros no quais tanto admiro.
Que de um simples verso, arranca-me um suspiro,
e alegra-me o dia nos dias dos meus prantos.

Quero gritar-me em versos as contradições do meu peito,
assim como ti, Camões...
Mestre deste bem feito!
Onde, a cada linha que narro, banhar-me faz em emoções.

E em vão momento triste,
lembrar-me faz, a imagem de um jovem moço,
que de amargura vida, visava um poço...
Nobre cavalheiro em vida, Tão pouco hoje ainda existe!

Romântico...
Em versos, narra-te o medo,
versos teus, Álvares de Azevedo,
que, canta-los forma um triste cântico.

Augusto dos Anjos, Drummod de Andrade,
José de Alencar ou José de Anchiete...
Em vista a eles, eu, não sou poeta,
sou mais um na humanidade.



Luan Kleyton

Meu querer


Quero ser mais do que um presente,
um instante sem sentido...
Um vago momento perdido
em uma lembrança inexistente.

Nada mais do que um olhar assustado,
entre olhares tristes, simples...
Ou entre um único olhar apaixonado!

Quero ser mais do que um toque,
um movimento apenas.
Um vasto jardim de flores pequenas,
e rosas... Puras e inocentes que, sem negar,
deixarei que me provoquem.

Quero eu, ser uma gota de mar,
que de grande beleza permanece noite e dia.
Um pingo de chuva, que o céu tende a derramar,
anunciando alegre verão que o doce sol se despedia.

Nada sou, por todo meu querer ...
Embora nada do que quero tenho à merecer!